A recente escalada de casos de encefalite equina oriental (EEE) tem gerado grande preocupação em várias regiões dos Estados Unidos e agora, alarmantemente, também na Espanha. Este vírus altamente letal, responsável por taxas de mortalidade entre 30% e 50%, tem afetado principalmente crianças menores de 15 anos e idosos, segundo informações do Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em Neurociências e Biólogo da Royal Society of Biology no Reino Unido.
As autoridades de saúde pública em Massachusetts (EUA) tomaram medidas drásticas, incluindo a recomendação para que os residentes de cidades como Douglas, Oxford, Sutton e Webster permaneçam em casa após as 20 horas. Além disso, Plymouth já procedeu ao fechamento noturno de parques e outros espaços públicos para tentar conter a propagação do vírus, que é transmitido por mosquitos.
A situação é igualmente grave em Sevilha, Espanha, onde três mortes já foram registradas e recomendações semelhantes foram feitas aos cidadãos para que não saiam de casa depois do pôr-do-sol.
Impacto Neurológico da EEE
Dr. Fabiano de Abreu destaca que a EEE causa danos significativos ao sistema nervoso central, afetando várias regiões e neurotransmissores cerebrais:
– Córtex Cerebral: Comprometimento pode levar a confusão e alterações de personalidade.
– Gânglios da Base: Danos podem resultar em tremores e dificuldades motoras.
– Tálamo e Tronco Encefálico: Afetações podem causar desde alterações sensoriais até problemas respiratórios graves, podendo levar à morte.
Neurotransmissores como dopamina e serotonina também são afetados, resultando em sintomas que vão desde movimentos involuntários até depressão e ansiedade.
Biologia do Mosquito Vetor
O vírus da EEE é transmitido principalmente por mosquitos do gênero Culex. Esses mosquitos se reproduzem em áreas úmidas, como pântanos, brejos e áreas inundadas. As fêmeas se alimentam de sangue para obter os nutrientes necessários para a produção de ovos. Durante a alimentação, elas podem adquirir o vírus da EEE de aves infectadas e, posteriormente, transmiti-lo a cavalos, humanos e outros mamíferos suscetíveis.
Ciclo de Vida: Os mosquitos Culex passam por quatro estágios de desenvolvimento: ovo, larva, pupa e adulto. O ciclo de vida completo pode levar de 7 a 10 dias, dependendo da temperatura e da disponibilidade de alimento.
Hábito Alimentar: As fêmeas se alimentam de sangue, enquanto os machos se alimentam de néctar e sucos de plantas. A alimentação sanguínea é essencial para a produção de ovos.
Comportamento: Os mosquitos Culex são mais ativos ao entardecer e ao amanhecer, quando as temperaturas são mais amenas. Eles são atraídos pela luz, pelo calor e pelo dióxido de carbono exalado pelos animais.
Distribuição: Os mosquitos Culex são encontrados em todo o mundo, em áreas com clima temperado e tropical.
Prevenção
A prevenção da EEE envolve medidas para reduzir a população de mosquitos vetores, como a eliminação de criadouros, o uso de repelentes de insetos e o uso de roupas protetoras. A vacinação de cavalos também é uma medida importante para prevenir a doença em animais e reduzir o risco de transmissão para humanos. O vírus causador da Encefalite Equina Oriental é um Alphavírus, pertencente à família Togaviridae. Os Alphavírus são vírus de RNA de fita simples e sentido positivo. A principal espécie de mosquito vetor da EEE é o Culex melanura, embora outras espécies do gênero Culex também possam transmitir o vírus.
ConclusãoA ameaça da EEE requer uma vigilância contínua e medidas preventivas robustas para proteger as populações vulneráveis. O acompanhamento de especialistas como o Dr. Fabiano de Abreu é vital para entender melhor a doença e orientar as ações de saúde pública, tanto nos EUA quanto na Espanha.
“Aqui na Europa já estamos recebendo orientações sobre a doença que junto ao Mpox essa semana, se tornou uma das maiores preocupações.” finaliza o neurocientista lusobrasileiro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos.
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