No Brasil, estima-se que 3% a 15% dos pacientes hospitalizados desenvolvem IH

 No Brasil, estima-se que 3% a 15% dos pacientes hospitalizados desenvolvem IH

 

Segundo a Portaria n. 2616/98 do Ministério da Saúde, infecção hospitalar (IH) é aquela adquirida após admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando relacionada com a internação ou a procedimentos hospitalares/ambulatoriais ou as manifestadas antes de 72 horas da internação, porém associadas a procedimentos diagnósticos e/ ou terapêuticos, realizados durante este período(2).

Os fatores de risco associados à aquisição de infecções, de um modo geral, estão relacionados ao próprio paciente, aos procedimentos invasivos e ao ambiente hospitalar(3). Contudo, a probabilidade de o paciente adquirir uma infecção aumenta, na medida em que se utilizem equipamentos técnicos necessários ao seu tratamento, visto que tem possibilidade de romper suas defesas orgânicas(4).

 No Brasil, estima-se que 3% a 15% dos pacientes hospitalizados desenvolvem alguma IH(5). Os cuidados para não ocorrer elevado número de infecções e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação da assistência hospitalar, de vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do município e estado.

Um professor de bioquímica e biologia celular e molecular da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fábio Aguiar Alves, está testando vacinas contra infecções hospitalares causadas pelas bactérias Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Os testes, com apoio de alunos de graduação e cinco outros pesquisadores, são feitos na Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Francisco, Estados Unidos.

A Staphylococcus aureus é uma bactéria encontrada frequentemente na pele e nas fossas nasais de pessoas saudáveis, mas que pode provocar desde infecções simples, como acnes e furúnculos, até doenças graves, entre elas pneumonia, meningite, endocardite, infecção generalizada, ou sepse.

Já a Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria oportunista. Ela raramente causa doenças em um sistema imunológico saudável, mas explora eventuais fraquezas do organismo para estabelecer um quadro de infecção. Como apresenta resistência natural a um grande número de antibióticos e antissépticos, é considerada uma importante causa de infecções hospitalares.

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Segundo informações da Agência Brasil, o projeto é inédito e, conforme explicou o professor Fábio Aguiar, trará benefícios para a população mundial. “Meu objetivo é levar para o Brasil o aprendizado e tecnologia sobre a metodologia de testes com novas vacinas e drogas. Afinal, grandes indústrias farmacêuticas têm filiais no nosso país e podemos desenvolver excelentes parcerias com a universidade”, afirmou.

Vice-presidente da Associação Nacional de Biossegurança (ANBio), Cláudio Mafra, professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal de Viçosa (UFV), informou à Agência Brasil que “com certeza, essas vacinas vão colaborar com o processo de qualidade na assistência à saúde”.

Saúde pública- As infecções relacionadas com a assistência à saúde (IRAS) são consideradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um grave problema de saúde pública, porque apresentam alta morbidade e mortalidade, repercutem diretamente na segurança do paciente e na qualidade dos serviços de saúde, além de elevar os custos de tratamento.

De acordo com o estudo da OMS, a maior prevalência de IRAS ocorre em unidades de terapia intensiva, enfermarias cirúrgicas e alas de ortopedia. O estudo destacou que as infecções de sítio cirúrgico, do trato urinário e do trato respiratório inferior são as que mais ocorrem, principalmente em pacientes que utilizam cateter venoso central (CVC).

Cláudio Mafra citou relatório de 2015 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo o qual o número de infecções, separadas por pacientes adultos e neonatais com cateter venoso, chegou a 22.980 e 6.939, respectivamente, considerando aqueles com identificação de agente etiológico, isto é, agente causador de uma doença.

Nesses pacientes, o Staphylococcus aureus e a Pseudomonas aeruginosa registraram na UTI adultos 2.959 e 2.242 casos, respectivamente (13,2% e 10%). Na UTI neonatal, foram 697 e 262 casos das duas bactérias.

Lei do jaleco prevê que profissionais não andem com a vestimenta nas ruas

Uso de jaleco fora do ambiente hospitalar- A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a utilização de jalecos se restrinja aos ambientes adequados. A intenção é reduzir as chances de infecção hospitalar. Seu próprio manual de Biossegurança Laboratorial prescreve que o uso do jaleco somente no espaço de trabalho dificulta a contaminação por microorganismos infectantes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em sua norma regulamentadora NR nº 32, que trata da segurança e saúde no trabalho em serviço de saúde, considera o jaleco um equipamento de proteção individual. Assim, estabelece que os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais.

A NR 32 ainda prescreve que o trabalhador do serviço de saúde, bem como aqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde, devem retirar as vestimentas de trabalho ao final de suas jornadas, ou quando para usufruir de intervalo para descanso ou alimentação fora das instalações, ou ainda para realizar outra atividade fora dessas instalações, não relacionada à atividade laboral.

O programa Saúde no Ar recebeu no estúdio a infectologista Nanci Silva, coordenadora da enfermeira de infecto do Hospital Roberto Santos, que esclareceu mais detalhes sobre este importante tema, ouça:

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