O movimento marcou uma reunião com o secretário de saúde do município, o prefeito e a secretária de governo, para a essa sexta-feira (20), às 14h. Reivindicando mais segurança nas unidades de saúde, principalmente após o episódio na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Abrantes na sexta-feira passada (13), os médicos de Camaçari, em greve há um mês, fizeram um ato público na quarta-feira (18), em frente a Prefeitura do município.
A greve dos médicos se iniciou no fim de março, quando decidiram em assembleia aderir ao movimento do funcionalismo municipal, com pauta de reivindicações específica da categoria. Entre elas, segurança efetiva no ambiente de trabalho, funcionamento pleno do Hospital-Dia, com a realização de pequenas cirurgias e exames complementares, implantação de estrutura de atendimento de primeiros-socorros no Hospital-Dia, capacitação em atendimento de urgência/emergência, ampliação da cobertura do PSF, com a instalação de novas equipes, convocação dos profissionais de saúde das demais categorias aprovadas no concurso em vigor para recompor e compor equipes de PSF e concurso público para médicos, entre outros.
A diretora do Sindimed, Denise Andrade, esteve presente no ato. De acordo com a diretora, o prefeito se comprometeu a resolver o problema em dois meses. Fazendo alusão aos inúmeros casos de insegurança que têm ocorrido nas UPAs, Denise fez questão de enfatizar o fator segurança como pauta essencial. “A questão da segurança é fundamental, não é apenas para os médicos, ganham os pacientes, ganham os funcionários. A questão salarial e de equipamentos também são fundamentais”, sinalizou.
Para a ginecologista e obstetra da Unidade Básica de Camaçari de Dentro, Indira Oliveira, “Só vamos voltar quando o prefeito e secretário de saúde perceberem que uma saúde digna é serviço essencial à população. Eles ainda estão vindo ocupar seus cargos ignorando o que está acontecendo, mas não iremos ceder”, disse.
Procurado pelo Saúde no Ar, o secretário de Saúde, Washington Couto, falou do manifesto e sobre a greve. “O sindicato que representa a categoria dos médicos efetivos de Camaçari, não é o Sindimed, sim o Sindserv (Sindicato dos Servidores Municipais de Camaçari). O Sindimed representa apenas os médicos privados, que são contratados por uma empresa. Os médicos que são contratados pela prefeitura, estão trabalhando normalmente, nós não temos nenhuma grave entre eles. Já os médicos que estão em greve fazem parte justamente do processo de negociação com a prefeitura municipal e de outras secretarias. Nós estamos negociado com os sindicatos, inclusive, saiu uma determinação da justiça informando que a grave é abusiva”, declarou o Secretário.
“Toda parte que tem haver com o Sindserv, a Prefeitura de Camaçari, através da mediação da justiça, cumpriu o que ela está determinando por lei, e o próprio sindicato determinou que 70% dos profissionais continuem atuando nas nossas unidades básicas e 100% dos profissionais nas unidades de pronto atendimento. Então, o movimento que o Sindimed fez, tem haver com a pauta que veio lá de um movimento feito por eles no mês de fevereiro e março, onde nós conversamos e fizemos um ajuste que foi compactuado e colocado em ofício. Assim, nós não reconhecemos o movimento que houve na frente da prefeitura”, explicou.
Sobre o reforço na segurança das unidades de saúde do município e o episódio ocorrido em Abrantes, Couto falou. “Foi feito um reforço nas unidades de pronto atendimento e nas grandes unidades, nós cumprimos o que acordamos com o sindicato, reforçando a equipe de segurança com dois vigilantes no dia e dois à noite. Além disso, fizemos melhorias nos postos, tendo unidade que já conseguiu fazer o ajuste 100% em obras e novos equipamentos. Temos toda uma programação de melhorias o sindicato esta acompanhando”.” Sobre o acontecido em Abrantes, nós abrimos uma sindicância para apurar o caso. O médico foi ouvido e nós lamentamos muito. Estamos tomando as devidas providências para que isso não volte acontecer”, completou.
Ouça a entrevista completa do Scretário Municipal de Saúde de Camaçari, Washington Couto, ao Portal Saúde no Ar.
Relembre o caso
No último dia 13 de maio, mais um lamentável episódio de violência contra um profissional da saúde foi registrado, quando no final da tarde, na UPA de Abrantes, um homem armado entrou da Unidade, procurando o médico de plantão para atentar contra sua vida. Um segurança da UPA de Gravatá já foi baleado e um dentista da UPA de Arembepe foi atacado e agredido no local de trabalho. Os médicos retomaram o trabalho no dia 11 de janeiro.
Redação Saúde no Ar*
João Neto
