No mês em que comemoramos o dia do meio ambiente (05 de Junho) é importante se destacar a contaminação de alimentos por metais pesados.
Os metais pesados são elementos químicos de alto peso molecular que podem ser considerados essenciais (Ex: Ferro, cobre, manganês, zinco) no desempenho de funções vitais ou não (chumbo, cádmio, mercúrio) e podem estar presentes nos alimentos devido a contaminação durante o processo produtivo, ou seja durante o plantio, transporte, preparo e armazenamento dos alimentos.
Chumbo e Cádmio são os metais pesados de maior significância na contaminação de alimentos por apresentarem um grande risco a saúde humana. A exposição ao chumbo pode estar associada a presença de anemia em crianças, neuro, nefro, hepato e genotoxicidade. Já a exposição ao cádmio pode estar associado a problemas de mineralização óssea (osteomalácia), nefrotoxicidade e câncer de próstata.
Alimentos de origem vegetal podem absorver metais presentes no ambiente a partir da contaminação da água, ar ou solo e acumular esses metais nas partes comestíveis e assim aumentar a exposição humana a esses metais.
Alimentos de origem animal (aves, carne bovina, visceras, peixes etc) também podem ser fontes de exposição humana a esses metais. Dentre os alimentos de origem animal, gostaria de destacar os peixes, que podem apresentar contaminação por mercúrio e de acordo com os níveis tróficos desses animais na cadeia alimentar os níveis desses contaminantes podem ser ainda maiores através de um processo conhecido como biomagnificação.
A principal causa da contaminação do ambiente, dos alimentos e das pessoas por metais pesados é justamente a ação antropogênica, ou seja, do próprio homem, quando não existe a conscientização a respeito do uso e descarte de determinados materiais, principalmente quando desprezados no meio ambiente.
Na região de Santo Amaro, entre 1960 e 1993 operou uma industria de fabricação de ligas metalicas e beneficiamento do minério de chumbo e devido ao descarte irregular de rejeitos da produção e até mesmo a utilização desses rejeitos no processo de pavimentação de ruas, Santo Amaro é conhecida como um dos locais onde existiu e ainda existe uma das maiores contaminações ambientais por chumbo no mundo.
Também na região do recôncavo da Bahia, em Maragogipinho, distrito pertencente ao município de Aratuípe a economia local é voltada à produção artesanal de peças de cerâmica como panelas, na qual parte dos artesãos utilizam a técnica de vitrificação de cerâmicas. Devido à falta de conhecimento a respeito do risco associado, os oleiros processam e descartam os resíduos da produção de maneira inadequada, contaminando todo a ambiente ao seu entorno (pessoas, ar, solo, alimentos e etc), visto que o processo de vitrificação é composto por uma etapa de queima de chumbo extraído de baterias automotivas para que seja utilizado na vitrificação dessas cerâmicas. Além de contaminar todo o ambiente local, as cerâmicas são facilmente encontradas no comercio baiano e até mesmo exportadas para o exterior, aumento assim o risco através do consumo de alimentos que são preparados e/ou servidos nesses utensílios (prática bastante comum na culinária baiana).
A Equipe do LabTox (Laboratório de Toxicologia) da Faculdade de Farmácia da UFBA vem desenvolvendo pesquisas na região de Maragogipinho e alertando tanto a população local quanto a comunidade cientifica e autoridades competentes através da divulgação dos resultados das pesquisas quanto aos níveis de contaminantes nessa região e seus desfechos. O asssunto foi tema do quadro Meio ambinte e saude veiculado no Progrma Saude no Ar, pela Rádio Excelsior da Bahia, AM 840 às quartas -feiras. Durante o Mês de junho o quadro e Coluna Meio ambiente e Saúde terá assinatura do Professor Erival Amorim.
Professor Erival Amorim Gomes Junior - – Nutricionista pela Universidade Federal do recôncavo da Bahia (UFRB),
Mestrando em Ciência de Alimentos na Faculdade de Farmácia-UFBA
Professor substituto da Escola de Nutrição da UFBA.
Confira o comentário na íntegra:
Desde o ano de 2017 a Escola de Nutrição/UFBA,desenvolve o projeto de Extensão,“Nutrição, meio ambiente e saúde no ar: comunicação em saúde e cidadania”, sob a coordenação da Profa Ma.Neuza Maria Miranda dos Santos e colaboração do Grupo Germen, e da aluna bolsista do projeto Permanecer, Thuane Policarpo.
Para participar do Projeto que tem como objetivo apresentar e discutir temas de saúde, em seu conceito ampliado, além de difundir informações científicas sobre nutrição, alimentação saudável e qualidade de vida, basta enviar perguntas ou sugestões de temas para o email: produção@portalsaudenoar.com.br ou uma mensagem de texto ou áudio para o WhatsApp: 71-9968-13998.
Foto: Divulgação
Fonte: Erival Amorim Gomes Juni
Redação Saúde no ar