10 a 20% da população mundial sofre de doença venosa crônica, diz especialista

10 a 20% da população mundial sofre de doença venosa crônica, diz especialista

Também chamada de estase ou flebostática, a úlcera varicosa é hoje a principal causa de feridas nas pernas. A doença, que acomete pessoas de todas as idades, causa além da perda parcial da capacidade funcional do membro afetado, baixa autoestima, isolamento social e é responsável por um grande número de aposentadorias precoces e afastamento do emprego.

A úlcera venosa (UV) é uma das manifestações mais graves da insuficiência venosa crônica (IVC) dos membros inferiores, doença de grande importância para a saúde pública, por sua elevada incidência, prevalência e pelo alto impacto socioeconômico que provoca, por ser de difícil tratamento e exigir afastamento laboral prolongado.

Segundo o médico Angiologista, Gilberto Abreu, 10 a 20% da população mundial sofre de doença venosa crônica que é um fator que leva à úlcera. No Brasil, 3% da população sofre de úlcera venosa crônica, ou seja, 6 milhões de pessoas. É importante notar que, por exemplo, nos Estados Unidos só 1% da população sofre de úlcera”, alerta.

Ainda segundo Abreu, um estudo realizado no estado de Alagoas revelou que as mulheres são mais afetadas pela úlcera, 83%, em relação aos homens.

Ouça mais detalhes sobre o assunto:

Pesquisa e tratamento na Bahia- Pesquisadores do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), em Salvador, realizam o procedimento de terapia celular com células mononucleares da medula óssea. Trata-se de um tipo de tratamento para pacientes com úlceras crônicas.

Durante seis meses, pesquisadores do Hupes, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do Montfiore Medical Center, dos Estados Unidos, trataram cerca de 60 pacientes com úlceras complexas.

Segundo o professor José Valber Meneses, do Hupes, algumas delas não se fechavam havia 20 anos. “São feridas de difícil cicatrização, e nenhum procedimento anterior obteve resultados como o de agora”, disse.

Como funciona– O tratamento consiste em retirar células mononucleares da medula óssea do próprio paciente e injetá-las diretamente na úlcera. Em 41% dos participantes do estudo, as feridas fecharam-se completamente.

Nos 59% restantes, houve melhora considerável, mas com recidiva depois de seis meses da terapia. “Ainda há muito a ser feito, e a pesquisa seguirá em frente, mas cicatrizar uma ferida complexa como as decorrentes de anemia falciforme e de diabetes é um grande avanço”, afirmou Meneses.

“Com isso, o paciente tem um resgate de sua autoestima e, principalmente, de qualidade de vida.”

O Hupes, que integra a estrutura da UFBA, é uma unidade hospitalar e ambulatorial de ensino, pública, geral, de grande porte, considerada referência em média e alta complexidade na Bahia. O complexo está vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

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